Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas, alterações fisiológicas ou fisiopatológicas que aumentam o risco ou predispõem a condições de saúde, deixam o indivíduo mais vulnerável a desenvolver patologias e doenças ou incapacidades funcionais.
As síndromes geriátricas, também chamadas de gigantes da geriatria e gerontologia, são as síndromes mais comuns e preocupantes entre as pessoas idosas, com mais repercussões na saúde, na qualidade de vida e bem-estar.
Também são conhecidas como os cinco I’s ou mais recentemente, os sete I’s da geriatria:
Incontinência urinária
Iatrogenia
Incapacidade cognitiva
Imobilidade
Instabilidade postural
Insuficiência familiar
Incapacidade comunicativa
As síndromes geriátricas são como um iceberg. Se você atende pessoas idosas e não consegue atingir os resultados que espera, provavelmente você está focando apenas na ponta deste iceberg, sem se atentar para as características submersas das síndromes geriátricas.
Abaixo da linha do mar, estão as várias alterações fisiológicas e patológicas que acompanham o envelhecimento em vários níveis. Estas alterações vão se acumulando e podem começar a gerar danos ao organismo quando excedem a sua capacidade de adaptação e reparação.
Aí surgem as síndromes geriátricas, logo acima do nível do mar. São a expressão de que algo não vai bem lá no fundo. Vários fatores individuais e contextuais podem agravar ou desacelerar a formação deste iceberg. A intensidade e a velocidade com que esse processo pode evoluir é o que diferencia o envelhecimento saudável do não-saudável.
As síndromes geriátricas ainda não são doenças, mas aumentam o risco de desenvolvê-las. Se o processo patológico continuar, vão surgir as doenças crônicas lá na ponta do iceberg, associadas ao envelhecimento.
Os sinais e sintomas “submersos” das síndromes geriátricas tem um grande potencial para fazer o iceberg se desprender em uma avalanche de problemas e disfunções.
Para evitar isso, podemos atuar em várias fases de sua composição:
Na promoção à saúde, antes que o bloco gigante se desprenda da geleira e se torne uma síndrome geriátrica;
Na prevenção, garantindo uma boa composição ao gelo do bloco flutuante que já se tornou uma síndrome;
No tratamento inicial dos sinais e sintomas que despontam acima do mar no iceberg,
No tratamento tardio de doenças crônicas que já se cristalizaram no gelo,
Na reabilitação de sequelas e danos causados pelas avalanches repentinas que acometem os icebergs já formados,
Nos cuidados paliativos, minimizando o sofrimento na fragmentação final do bloco de gelo.
O papel do Profissional de Saúde é saber atuar em cada um dos níveis das síndromes geriátricas, direcionando o seu atendimento de acordo com as necessidades e demandas de cada paciente idoso.
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